18/06/2021

Com apoio da APCEF: Comitê de Combate à Megamineração segue ativo após dois anos de criação

A foto que ilustra este texto é uma recordação de um dia no qual dezenas de instituições se reuniram para juntar forças por um objetivo comum: a criação do Comitê de Combate à Megamineração no Rio Grande do Sul, entidade da qual a APCEF/RS é uma das fundadoras. O CCM/RS completa dois anos de existência nesta sexta-feira (18).

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Criado em 2019, com objetivo de articular a oposição e construir estratégias contra grandes projetos mineradores no estado, o Comitê nasceu depois de algumas reuniões que vinham ocorrendo desde maio daquele ano, primeiramente como resistência à instalação da Mina Guaíba, e depois ampliando o escopo do grupo. No lançamento, mais de 50 entidades assinaram o manifesto de fundação.

A APCEF/RS participou desde o começo da articulação do Comitê, junto com a Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural – AGAPAN, a Amigos do Meio Ambiente de Guaíba (AMA) e o Movimento pela Soberania Popular na Mineração – MAM. Uma das primeiras reuniões foi realizada na Sede B da Associação, na Zona Sul de Porto Alegre.

Desde o começo da pandemia o Comitê vem debatendo diversos projetos que têm efeitos sociais e ambientais perigosos, com representantes de municípios para os quais estão propostas as obras de mineração, sobretudo com sua frente técnica e jurídica, e também assessorando as populações locais, com acompanhamento dos processos de licenciamento.

O CCM acompanha vários projetos no território gaúcho. Considerado como “uma nova fronteira de expansão mineradora no país”, o estado tem mais de 160 propostas de mineração. Algumas delas têm enormes impactos, como, por exemplo a Mina Guaíba, que pretende extrair carvão entre Eldorado do Sul e Charqueadas, num polo carboquímico a apenas 14 quilômetros da Região Metropolitana; ou um projeto em Caçapava do Sul, que pretende extrair zinco, chumbo e cobre das proximidades do rio Camaquã; assim como o projeto Três Estradas, que objetiva minerar fosfato em Lavras do Sul, e o projeto Retiro, em São José do Norte, entre a Lagoa dos Patos e o Oceano Atlântico, para extrair titânio.

Em um estado que não tem seu modelo econômico baseado na mineração, a concretização dos projetos colocaria o Rio Grande do Sul entre os maiores extratores minerais do país – uma exploração que, para além de suas consequências sociais e ambientais, aniquila outros setores produtivos das regiões onde se instala.

"É fundamental mantermos essa mobilização do Comitê, que tem se mostrado efetivo para denunciar sobre a gravidade e o impacto às populações e ao ambiente e até para barrar o avanço desses projetos de megamineração no estado, que ameaçam a saúde e a vida das pessoas. O CCM é formado por voluntários e todas e todos podem apoiar e contribuir nessa causa”, afirma a vice-presidenta da APCEF/RS, Naiara Machado da Silva. A Associação, em defesa do Bem Comum, seguirá lutando pela natureza e pela classe trabalhadora.